ESTUDO REGIONAL DO SUDOESTE DA BAHIA


VERANILZA BATISTA RIBEIRO
Diretor: Dr. José Luiz Luzón

Desarrollo Social y Regional
Doutorado em Planificacion Territorial y Gestión Ambiental
Parceria Universidade de Barcelona e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Fonte: Google imagens, jan./2009.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

PALAVRAS INICIAIS

Este blog foi criado com o objetivo de descrever geograficamente a Região Sudoeste da Bahia, como forma de apresentar este recorte espacial. É um convite para conhecer essa Região tão dinâmica, complexa e contraditória.Este é um trabalho que nos convida a reflexão e que passará por processos de mudanças, devido ao dinamismo das informações aqui presentes e que pede discussões a cerca da espacialidade dos fenômenos aqui descritos.Então desejamos a todos que se interessam pela temática boas vindas e que este seja um espaço útil para crescermos neste estudo tão importante, quanto necessária para compreedermos a realidade na qual estamos inseridos.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

APRESENTANDO A REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA

A Região Sudoeste está localizada entre 13º 02’ a 16° 00’ de Latitude Sul e 39° a 41°49’ de Longitude Oeste (Figura 01), é uma das 15 regiões econômicas do Estado da Bahia propostas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI - BA, a partir das décadas de 1980 (final) e de 1990. Onde se considerou os conceitos de regiões econômicas e influência urbana,”destinadas não só a fixação de unidades públicas regionais como de instituições de pesquisa e outros negócios privados”.(SANTOS, 2008 p.37).
Para Santos:

Sem sombra de dúvida, esta regionalização que denomina a região em torno de Vitória da Conquista de Região Sudoeste da Bahia é a de maior repercussão entre a sociedade regional. Fica evidente, por exemplo, no emprego da terminologia por instituições públicas e privadas como a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB; TV Sudoeste da Bahia; padarias, lojas de pneus entre outras. (SANTOS, 2008, p.37).


Figura 01: Localização da Região Sudoeste
Fonte: Sei – BA
Org.: Cláudia Cruz, 2008

Abrange 39 municípios baianos (Figura 02), possui uma área de 42.542,9 km² que corresponde a 7,5% do território baiano. Apresenta uma população estimada em 1.144.138 no ano de 2007, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que equivale a aproximadamente 8,13% da população do Estado da Bahia.

MUNICÍPIOS DA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA

Os municípios da Região Sudoeste são: Anagé, Barra do Choça, Belo Campo, Boa Nova, Bom Jesus da Serra, Caatiba, Caetanos, Cândido Sales, Caraíbas, Cravolândia, Encruzilhada, Firmino Alves, Ibicuí, Iguaí, Irajuba,Itambé, Itapetinga,Itaquara, Itarantim,Itiruçu, Itororó, Jaguaquara, Jequié, Lafayette Coutinho,Lagedo do Tabocal, Macarani, Maiquinique,Manoel Vitorino, Maracás, Mirante, Nova Canaã, Planaltino, Planalto, Poções, Potiraguá, Ribeirão do Largo, Santa Inês, Tremedal e Vitória da Conquista. Com destaque para a cidade de Vitória da Conquista que é classificado como centro sub-regional muito importante.


Figura 02 – Regiões Econômicas da Bahia
Fonte: SEI – BA
Org.: Altemar Rocha, 2008

domingo, 25 de janeiro de 2009

RELEVO


A Região Sudoeste apresenta uma faixa central mais elevada que se estende de norte a sul e é constituída por unidades geomorfológicas denominadas: Planalto dos Geraizinhos, Maciço Central, Serras Marginais e apresenta ainda outras unidades com menores altitudes formando degraus, são elas: Patamares do Médio Rio de Contas, Pediplano Sertanejo, Pediplano do Alto Rio Pardo situados a oeste e Piemonte Oriental de Vitória da Conquista, Depressão de Itapetinga, Serras e Maciços Pré-Litorâneos situados a leste (Figura 03).


Figura 03 – Região Sudoeste da Bahia – Unidades Geoambientais
Fonte: PDRS – Sudoeste, 2000.
Org.: Altemar Rocha,2008.

PLANALTO DOS GERAIZINHOS - Faz parte da Região dos Planaltos Cimeiros que compreende feições de relevo e formações que se individualizam, dentro do domínio dos Planaltos inundados, que abrange relevos desenvolvidos sobre áreas de depósitos continentais cenozóicos que encobrem ou mascaram as feições estruturais.
O Planalto dos Geraizinhos é uma grande área de relevos aplanados, que se distribui no extremo norte e sudoeste da Região, é interceptada ao centro pelo Maciço Central. Encontra-se em altitudes que podem variar de 600 a 1.000 metros, podendo ocorrem áreas que estão acima desta média como é o caso da Serra do Periperi, na cidade de Vitória da Conquista.
Pedologicamente, a quase totalidade do Planalto, ao sul, é composta por solo latossolo vermelho - amarelo álico. O restante é complementado por pequenos trechos de podzólico vermelho-amarelo eutrófico e latossolo vermelho-escuro . Ao norte, também predomina o latossolo vermelho-amarelo álico. Em pequenas faixas, encontram-se o latossolo vermelho-amarelo distrófico e o podzólico vermelho-amarelo distrófico.


MACIÇO CENTRAL – É parte da Região do Planalto Soerguido que é constituída de litologias do Pré-Cambriano Inferior, principalmente chanockitos e granada-biotita-gnaisses, do Domínio dos Planaltos Cristalinos.
O Maciço Central está totalmente dentro da Região Sudoeste, é a parte da mais elevada da faixa central, situa-se a noroeste e ao norte, interpondo-se no Planalto Geraizinhos, em altitudes que podem variar de 400 a 800m, podendo ocorrer topos residuais com 1.000 de altitude. A modelagem se apresenta de maneira uniforme e possui vales orientados em várias direções que formam uma intricada rede.
Os solos que predominam na porção norte da área são os do tipo latossolo vermelho- amarelo distrófico, latossolo vermelho-amarelo álico e uma pequena mancha de planossolo solódico eutrófico. Na porção maior disposta no centro da Região, prevalece o cambissolo eutrófico, seguido do podzólico vermelho-amarelo eutrófico.Em menor proporção, encontram-se solos do tipo litólico eutrófico, latossolo vermelho-amarelo distrófico e planossolo solódico eutrófico.

SERRAS MARGINAIS - É parte da Região do Planalto Soerguido, do Domínio dos Planaltos Cristalinos. Localizam-se imediatamente a leste do Maciço Central e ocupa uma extensa área no sentido longitudinal, com cerca de 180km. Encontra-se geralmente em altitudes superiores a 400m, entre 600 e 1.000m. Apresentando divisores de água quase sempre alongados, que acompanham a rede de drenagem.
A faixa oriental é quase totalmente constituída por solos latossolos vermelho- amarelo álico e uma pequena área de latossolo variação una álico e podzólico vermelhoamarelo eutrófico. A outra metade, a oeste, é também formada, em maior proporção, por podzólico vermelho-amarelo eutrófico, cambissolo eutrófico, e em menor proporção de podzólico vermelho-amarelo distrófico.

PATAMARES DO MÉDIO RIO DE CONTAS – Encontra-se na Região da Depressão Sertaneja no Domínio das Depressões Interplanálticas que abrange relevos evoluídos sobre rochas altamente metamorfizadas, áreas de escudos cristalinos que se caracterizam por terem se submetidos à ablação intensa nas quais predominam no modelado influências morfoclimáticas sobre as estruturas.
Os Patamares do Médio de Contas são duas grandes áreas separadas por uma faixa do Planalto dos Geraizinhos, que apresenta altitude pode variar entre 400 e 1.000m, sendo em geral de 300m a diferença em relação ao topo do Planalto. Apresenta elevações residuais que podem ultrapassar 1.100m de altitude.
O solo predominante no setor sudoeste é o latossolo vermelho-escuro. O podizólico vermelho-amarelo eutrófico e o latossolo vermelho-amarelo distrófico prevalecem mais ao centro, onde, em menor extensão, encontra-se o cambissolo eutrófico .

PEDIPLANO SERTANEJO - Encontra-se na Região da Depressão Sertaneja no Domínio das Depressões Interplanálticas. Identifica-se, em grande parte, com a área do chamado sertão. O Pediplano Sertanejo situa-se a oeste da Região Sudoeste, é uma superfície deprimida, cercada por relevos planálticos. A altitude varia em geral de 240 a 600m, podendo apresentar pontos mais elevados.
Seu solo, predominantemente, é o podzólico vermelho-amarelo eutrófico, seguido do latossolo vermelho-amarelo distrófico e do latossolo vermelho-escuro. Existem pequenas manchas espaçadas de cambissolo eutrófico e até de solos litólicos eutróficos.

PEDIPLANO DO ALTO RIO PARDO – Encontra-se na Região da Serra do Espinhaço no Domínio dos Planaltos em Estrutura Dobradas. Constitui uma estreita faixa de relevos elevados e montanhosos, situa-se a sudoeste da Região Sudoeste, separa o Planalto dos Geraizinhos dos Patamares do Médio Rio de Contas, encontra-se em altitude que variam de 500 a 900 m e é composta por pequenos setores de aplainamento formado por afloramento de rochas mais resistentes.
Quase metade da unidade é formada por solo podzólico vermelho-amarelo eutrófico. O latossolo vermelho-amarelo álico ocupa a outra metade oriental e, mais ao sul. A noroeste, uma pequena proporção correspondente a solos litólicos distróficos separa os dois solos predominantes.

PIEMONTE ORIENTAL DO PLANALTO ORIENTAL DO PLANALTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – Encontra-se na Região do Planalto Rejuvenescido do Domínio dos Planaltos Cristalinos, estende-se a leste e sudeste do setor dos Planaltos dos Geraizinhos, com altimetria que varia em trechos reduzidos. A altitude pode variar de 200m nos fundos dos vales a quase 1.100m nos topos mais elevados. É constituído por colinas e morros.
O solo predominante na área é o podzólico vermelho-amarelo eutrófico e, complementarmente, o latossolo vermelho-amarelo álico que se distribui em pequenas manchas espaçadas.


DEPRESSÃO DE ITABUNA-ITAPETINGA - Encontra-se na Região da Depressão do Sudoeste baiano no Domínio das Depressões Interplanálticas. Localiza-se a sudeste da Região, caracteriza-se por um modelado de aplanamento integrado por um pediplano bastante dissecado. Corresponde à área rebaixada, com altitudes que variam de 200 a 400m e apresenta serras com 600m.
A faixa oriental da unidade, em sua quase totalidade, é composta por solo brunizém avermelhado. O podzólico vermelho-amarelo eutrófico ocupa grande parte do restante da Depressão. Pequenas áreas de podzólico vermelho-amarelo distrófico, latossolo vermelho-amarelo álico e latossolo vermelho- amarelo distrófico estão distribuídas em uma faixa contínua.


SERRAS E MACIÇOS PRÉ-LITORÂNEOS – Encontra-se na Região do Planalto Rebaixado, do Domínio dos Planaltos Cristalinos. Encontram-se distribuídos no leste da Região Sudoeste, com altitudes que variam de 100m nos trechos mais rebaixados que são formados por vales originados da acumulação e 800m nos topos residuais.
O brunizém avermelhado é o solo predominante tanto na faixa oriental quanto na porção central da unidade. As demais áreas são constituídas por podzólico vermelho- amarelo eutrófico.




sábado, 24 de janeiro de 2009

CLIMA

O Clima da Região Sudoeste da Bahia varia de semi- árido a úmido (Figura 04) de acordo a tipologia climática de Thornthwaite.

Figura 04 – Região Sudoeste - Clima
Fonte: SEI – BA
Org.: Altemar Rocha, 2008


Clima Árido se caracteriza por apresentar temperaduras médias de 23,5°C a 27,1°C, com precipitações anuais que variam de 300mm a 500mm e uma deficiência hídrica em torno de 834mm a 1401mm.
Clima Semi Árido é caracterizado por apresentar temperaturas médias de 20,7°C a 26,8°C, precipitações anuais que variam de 500mm a 800mm, uma deficiência hídrica de 341mm a 1060mm pode apresentar ainda um excedente Hídrico que varia de 0 a 90mm.
Clima Subúmido a seco é caracterizado por apresentar temperaturas médias de 18,8° C a 25,4°C, precipitações anuais que variam de 800mm a 1.100mm, uma deficiência hídrica de 29mm a 547mm pode apresentar ainda um excedente Hídrico que varia de 0 a 237mm.
Clima Úmido a Subúmido se caracteriza por apresentar temperaduras médias de 19,4° C a 24,6°C, com precipitações anuais que variam de 1.100mm a 2.000mm, uma deficiência hídrica em torno de 3mm a 4261mm, pode apresentar ainda um excedente Hídrico que varia de 22 a 424mm.
Clima Úmido é caracterizado por apresentar temperaturas médias de 18,4°C a 25,3°C, precipitações anuais acima de 2.000mm, uma deficiência hídrica de 0mm a 345mm pode apresentar ainda um excedente Hídrico que varia de 200mm a 1.409mm.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

HIDROGRAFIA

Ao norte o Planalto dos Geraizinhos, separa as águas do Médio Rio Paraguaçu e do Alto Rio Jiquiriçá (que faz parte da bacia do Recôncavo Sul), e este, das do Médio Rio de Contas. Ao Sul, é divisor entre as bacias do Alto e Médio Rio Pardo e a do Médio Rio de Contas e entre a do Alto Rio Pardo e a do Médio Rio Jequitinhonha. Esta unidade em sua maior extensão é banhada pelos afluentes da bacia do Rio Pardo e do Rio Jiquiriçá (Recôncavo Sul). O Rio Pardo atravessa a unidade próximo ao centro de sua porção meridional, no limite sul de Cândido Sales, no sentido oeste-leste.
O Rio de Contas, nos domínios do Pediplano Sertanejo, avança transversalmente, dividindo praticamente ao meio e drenando a maior parte do Maciço Central, que tem ainda o setor extremo norte drenado pelo Rio Jiquiriçá e alguns de seus afluentes, geralmente intermitentes. Certos vales de pequenos afluentes são suspensos, como aqueles correspondentes aos tributários do Rio Jequiezinho, posicionado em outro setor da mesma unidade, constituindo um dos melhores exemplos de curso adaptado a falhas.
As Serras Marginais são drenadas pelo Rio das Pedras e outros afluentes menores do Rio de Contas, todos intermitentes.
Nos Patamares do Médio Rio de Contas a drenagem é realizada pelos afluentes da margem direita do Rio de Contas, com destaque para o Rio Gavião, todos com regime intermitente.
O Pediplano Sertanejo é drenado na Região Sudoeste, pelo Rio de Contas e, em uma pequena faixa, pelo Riacho Cacha, um afluente do Rio Paraguaçu. O Rio de Contas e seus tributários intermitentes – Rio Jacaré pela margem esquerda e Rio Gavião na margem direita – delimitam a Região a oeste. Apenas o Rio de Contastem regime permanente.
A drenagem no Pediplano do Alto Rio Pardo é feita por afluentes da bacia do Rio Gavião, todos intermitentes.
A unidade Piemonte Oriental do Planalto de Vitória da Conquista apresenta uma drenagem muito densa, constituída por pequenos cursos de água, intermitentes em sua maioria e integrantes das bacias dos Rios Pardo e Jequitinhonha.
A drenagem da Depressão de Itabuna- Itapetinga é realizada pelas bacias dos Rios Pardo, Jequitinhonha e Colônia.
Os trechos mais baixos das Serras e Maciços Pré-Litorâneos são formados por vales resultantes da acumulação fluvial dos Rios Salgado, Novo e do Ouro, sendo, os dois últimos, afluentes do Gongogi que, juntamente com outros tributários e o Rio Colônia, formam a rede de drenagem desta unidade na Região Sudoeste.

De Região Sudoeste da Bahia

Figura 05 - Região Sudoeste – Hidrografia
Fonte: SEI – BA
Org.: Altemar Rocha, 2008

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

VEGETAÇÃO


A vegetação da Região Sudoeste encontra-se bastante descaracterizada devido à ação antrópica, substituída por culturas, pastagens ou vegetações secundárias. Os remanescentes florestais estão restritos a pequenas áreas, principalmente nos trechos mais elevados, nas áreas com forte inclinação e alguns fundos de vales.
As regiões de coberturas vegetais naturais presentes na região são: Estepe (Caatinga); Floresta ombrófila densa; Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual; Áreas de Tensão Ecológica (Figura 04) .


Figura 06: Mapa Fitoclimático da Folha SD 24 Salvador
Fonte: RADAMBRASIL, 1981

ESTEPE ( Caatinga)

É composta por espécies xerófitas, adaptadas às condições climáticas. É considerada pelo Projeto RADAMBRASIL “como homóloga da Estepe Africana (...) pode ser caracterizada como sendo uma vegetação lenhosa e decidual, composta por muitas fanerófitas espinhentas, cactáceas suculentos áfilas e com tufos eventuais de gramíneas.

FLORESTA OMBRÓFILA DENSA

É constituída por fanerófilas ombrófilas sem resistência à seca, geralmente apresentando gemas foliares desprotegidas. Apresenta folhas sempre verdes, as árvores apresentam estratos que variam entre 20 e 30 metros. Ocupa áreas próximas ao litoral, com curto período seco temperaturas acima de 25º C. É dividida em três formações: Aluvial, Terras Baixas e Submontana.

FLORESTA ESTACIONAL – O conceito ecológico está ligado ao clima e suas estações uma chuvosa e outra seca. Apresenta-se como Floresta Estacional Decidual ou Semidecidual.

Floresta Estacional Decidual

Apresenta dois estratos, sendo que o superior possui menor adendasamento de árvores, que podem atingir 30 metros de altura e o inferior mais denso com altura em torno de 20 metros. A submata também é decidual, apresentando grande número de formas biológicas terófitas, geófitas e hemicriptófitas e plantas graminóides.

Floresta Estacional Semidecidual

É constituída por fanerófitas que possui as gemas foliares protegidas da seca, sendo que as folhas adultas são escrelófilas ou membranécias deciduais. Caracteriza-se pela estacionalidade das folhagens das árvores mais altas, que se apresentam sempre verdes juntamente com os componentes das submatas.

ÁREAS DE TENSÃO ECOLÓGICA – São áreas de transição climática, que também podem coincidir duas formações geológicas diferentes, existindo uma faixa de transição entre as os domínios florísticos, um contato que pode resultar em endemismos. São dois tipos de contato: ecótono – localizado em áreas de transição entre climas e encrave – localizado em áreas que além da mudança climática há também disjunções florísticas.

ÁREAS DE OCORRÊNCIA DA VEGETAÇÃO NA REGIÃO SUDOESTE


Tabela 01: Distribuição da vegetação na Região Sudoeste
Fonte: PDRS Sudoeste da Bahia, 1999.

POPULAÇÃO

POPULAÇÃO

A região Sudoeste da Bahia, constituída por 39 municípios baianos tem a superfície de 42.542,9 km² , que corresponde a 7,5% da área total do Estado. Os números Contagem Geral da População – 2007 (IBGE, 2007) contabilizaram quase 1.144.138 de pessoas residentes na Região, representando cerca de 8,13 % de toda a população do Estado da Bahia, perto média que se mantém nos dados censitários de 1991 e 2000 (figura 07).

Figura 07 – População da Região Sudoeste e da Bahia 1991/2000/2007.
Fonte: IBGE: Dados dos Censos 1991 e 2000 e Contagem Geral da População – 2007.


Apresenta densidade demográfica da ordem de 26,89 hab./km², enquanto que a da Bahia era de 24,93 hab./km². Com destaque para a cidade de Vitória da Conquista que apresentava a maior densidade da região com 96,19 hab./Km² e Manoel Vitorino a menor densidade 5,94 hab./Km². Cabe ressaltar que os municípios de Vitória da Conquista e Jequié concentram quase que 40% da população da Região (Tabela 02).

Tabela 03: População Total da Região – 2007
Fonte: IBGE – Contagem Geral da População - 2007.

POPULAÇÃO: URBANA E RURAL


A população da Região Sudoeste é predominantemente urbana, concentrando o contingente populacional de 65,3% dos habitantes da Região e 34,7 % nas zonas rurais (Figura 08) de acordo os dados censitários IBGE 2000.


Figura 08 – População Urbana e Rural da Região Sudoeste.
Fonte: Fonte: IBGE - Censo 2000.

Entretanto estes números representavam em 2000 à população total da Região o que não reflete a situação dos municípios individualmente, considerando que quase 40% dos municípios apresentam um maior contingente populacional nas zonas rurais (Figura 09).




Figura 09 – População Urbana e Rural da Região Sudoeste.
Fonte: Fonte: IBGE - Censo 2000.
Org. Veranilza Ribeiro, 2008.

Alguns municípios apresentam altos índices de urbanização como é o caso dos municípios de Itapetinga e Santa Inês, configurando desta maneira vazios demográficos na zona rural. Do outro lado tínhamos os municípios que apresentam uma população rural em números elevados exemplificando temos os municípios de Caraíbas e Mirante, há ainda municípios que apresentavam certo equilíbrio entre as populações urbana e rural como é o caso de Iguaí e Itaquara. Contudo a atração exercida pelas cidades ainda é grande, devido principalmente pela falta de oportunidades econômicas e carência de serviços básicos para todas as pessoas da zona rural.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

CRESCIMENTO POPULACIONAL E ESTRUTURA POR IDADE

CRESCIMENTO POPULACIONAL

Por ter um povoamento considerado lento desde a sua ocupação a Região Sudoeste, pode ser considerada um espaço pouco denso, que apesar de atualmente apresentar densidade demográfica maior que o Estado apresenta diferenças consideráveis entre os municípios. Isso pode ser explicada pela configuração territorial da Região, que primeira metade do século XX, era formado por apenas 12 municípios, outros se emanciparam no decorrer dos anos 50, 60, 70 e 80.
Em 1980, a população da Região era composta por um contingente de 862.940 habitantes. No período intercensitário 1980/1991 esse número cresceu para 1.009.757 habitantes, entre 1991 e 2000 a população cresceu para 1.135.362 e em 2007 (segundo Contagem da População 2007 do IBGE) já se tem uma população estimada em 1.144.138. Numa comparação ao crescimento populacional do Estado apresentou em números relativos (aproximados) um crescimento moderado (Tabela 03).


Tabela 03: População e crescimento populacional da Bahia e da Região Sudoeste.
Fonte: IBGE: Dados dos Censos de 1970,1980,1991 e 2000.

Comparando o crescimento estadual a partir dos anos 70, observa-se um processo de crescimento diferenciado e inverso ao que ocorreu com a população da Região. Nas décadas 1970/1980 e 1980/1991, enquanto a Bahia apresentava um aumento populacional consideravelmente alto, o Sudoeste apresentava um crescimento abaixo do apresentado pelo Estado. Entretanto na década 1991/200 houve uma queda tanto no crescimento da população baiana quanto da Região Sudoeste. Em ambos os casos para números que passaram a se mostrar bem próximos, contudo o crescimento populacional do Estado decaiu muito mais, superado pelo aumento na Região (Figura 10).


Figura 10 - População e crescimento populacional da Bahia e da Região Sudoeste.

Fonte: IBGE - Dados dos Censos de 1970,1980,1991 e 2000.

Partindo para a análise do crescimento populacional no território da Região, é possível constatar que alguns municípios tiveram baixa na sua população e outros aumentaram consideravelmente a população, e esse fato envolve , situações distintas: de um lado figuram municípios mais populosos e de importância econômica maior, que se revelam como zonas de atração populacional como é o caso de Vitória da Conquista e Itapetinga e de outro os municípios menores que apresentam condições de estagnação ou de perda demográfica devido principalmente das precárias condições econômicas e sociais destacando os municípios de : Barra do Choça, Encruzilhada entre outros.

ESTRUTURA POR IDADE


Os dados estatísticos são importantes para o planejamento social, para Damianni “A composição por sexo e por idades da população, definida pelas pirâmides de idade, possibilita medir os efeitos da situação demográfica sobre as mentalidades, as condições de vida, o consumo.” (2001, p. 59). Além de possibilitar comparações entre as populações num determinado período de tempo e sua evolução. Na pirâmide etária apresenta-se a distribuição relativa por idade, a população neste caso da Região Sudoeste da Bahia , classificadas segundo critérios mais relevantes para fins de análise sócio-demográfica e de planejamento social: população infantil, população em idade escolar, população economicamente ativa e a população idosa.
Na pirâmide etária da Região Sudoeste com base em dados do Censo 2000 (Figura 11) é possível perceber os efeitos da queda da fecundidade . Percebe-se redução no número relativo de crianças nas primeiras idades e a tendência de crescimento do grupo de 10 a 14 anos. Caracterizando um processo de envelhecimento relativo da população: reduzindo desta maneira a população nas faixas etárias de crianças com menos de 10 anos de idade, é possível perceber uma população economicamente ativa considerável principalmente no grupo de pessoas que variam de 15 a 24 anos, além de uma expressiva população de pessoas com mais de 60 anos de idade resultado do aumento da expectativa de vida.


Figura 11– Pirâmide Etária da Região Sudoeste.
Fonte: IBGE - Censo 2000.

ECONOMIA REGIONAL

A economia regional apresenta-se diversificada, empregando atividades nos três setores da economia e ainda uma forte relação entre os mesmos no sentido de dinamização econômica da Região.

SETOR PRIMÁRIO

Na agricultura as principais atividades agrícolas da Região são: fruticultura, culturas agroindustriais, culturas alimentares e olerícolas.
Na fruticultura cultiva-se de maracujá, caqui, limão, banana e abacaxi. Com destaque para as plantações de maracujá e banana.
No grupo das olerícolas destaca-se o cultivo de tomate, sendo a pouco produzida na Região, temos ainda neste grupo o cultivo de batatinha, de chuchu, pimentão repolho e pepino. A olericultura é uma atividade cultivada principalmente em pequenos propriedades rurais e desenvolvida por pequenos produtores tendo como mão de obra a própria família ou sistema de parcerias, entretanto este tipo de lavoura já é cultivado por médios produtores e apresenta uma dinâmica diferenciada principalmente no que se refere à mão de obra e insumos.
Para os grupos chamadas de agroindustriais destacam-se as lavouras de café , cacau e cana-de-açúcar e mamona. Em relação ao cultivo de café na Região passa por ciclos de ascensão e queda, que tem como fatores entre outros as variações de preço e estiagens prolongadas. A cana-de-açúcar produzida na Região não apresenta grande expressividade em relação à produção Estadual, mas dinamiza a renda dos pequenos produtores devido seu uso na fabricação de cachaça e alimentação do gado. As áreas produtoras de cacau na Região apresentam-se relativamente estáveis, entretanto a produção apresenta um decréscimo principalmente pelos problemas enfrentados por esta lavoura ao longo do tempo.
As culturas alimentares são exploradas por pequenos produtores tradicionais, caracterizando basicamente pelo uso de mão-de-obra familiar, baixo uso de tecnologia e cultivadas em terras menos férteis. Destaque neste tipo de cultura a mandioca que é uma planta resistente à seca.
A pecuária bovina do Sudoeste é bastante expressiva com um número de cabeças estimado em 1761612 cabeças, encontrando-se espalhada por toda a Região, nas formas de pecuária de corte e de leite, esta atividade foi beneficiada pelas condições climáticas e do relevo que se apresentam como favoráveis para seu desenvolvimento. Entretanto os criadores da Região praticam a pecuária extensiva de baixa rentabilidade e contrárias aos padrões produtivos atuais, que apresentam alto grau modernização e integração em cadeias agroindustriais, salvo algumas exceções. A Região não se constitui como especializado em gado leiteiro, o leite se configura como um subproduto do gado de corte.
A suinocultura aparece como a segunda atividade expressiva na pecuária regional, entretanto assim como nas demais atividades pecuaristas da Região ainda não há uma produção voltada para integração em cadeias produtivas complexas.
Na avicultura já se percebe a viabilização desta produção na Região com o uso de tecnologias e uma semi-integração com a agroindústria, entretanto a produção não atende o mercado interno regional, que é suprido em parte pela produção do Centro-Sul do País.
A caprino-ovinicultura já aparece em alguns municípios da Região entretanto necessita de estruturação para atrair maiores investimentos.
A agropecuária regional ainda incorpora duas outras atividades: a apicultura e a pisicultura.

SETOR SECUNDÁRIO
Na Industrialização regional: Segundo a Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (SUDIC) a Região Sudoeste conta com 04 distritos industriais nos municípios de: Itapetinga que conta com empreendimentos dos segmentos de calçados e de reciclagem plástica; Itororó que possui empreendimentos dos segmentos de calçados e de minerais não metálicos; Distrito Industrial de Jequié abrigando os seguintes segmentos: alimentos, madeireiro, vestuário, coureiro, materiais plásticos e de serviços; de Vitória da Conquista onde estão instaladas indústrias dos segmentos: metalúrgico, de minerais não metálicos, moveleiro, químico, plástico, alimentos, bebidas. Cabe ressaltar que os municípios: Caatiba, Firmino Alves, Ibicuí,Itambé, Itarantim, Macarani, Maiquinique, Nova Cannã e Potiraguã contam com unidades da indústria calçadista instalada no município de Itapetinga.

SETOR TERCIÁRIO:

O setor terciário é o que mais se desenvolve na Região Sudoeste, entretanto este crescimento se concentra mais especificamente nas cidades de Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga. Nestas cidades se concentram serviços como : educação, saúde, assessoria e serviços técnicos, nos demais municípios tanto os serviços quanto o comercio visam atender as demandas mais básicas. As demandas movimentam o setor terciário na cidade de que se expande cada vez mais no oferecimento de
serviços e comércio, reafirmando desta maneira a importância deste município para a Região Sudoeste.
As pricipiais atividades desenvolvidas no setor terciário na Região destacam-se: o comércio atacadista com destaque para segmentos de combustíveis e de alimentos; o comércio varejista que tem nos supermercados os maiores destaques e serviços principalmente nas áreas de saúde e educação .




Fonte: Google Imagens, jan. 2009.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

REFERÊNCIAS


COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO E AÇÃO REGIONAL-CAR (BA).Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável.- PDRS Sudoeste da Bahia - Salvador, 1999.

DAMIANI, Amélia Luisa. População e Geografia. São Paulo, SP; Editora Contexto, 1991.

SANTOS, Eleni Alves dos. Sustentabilidade da paisagem da Bacia Hidrográfica do Rio Verruga, Sudeste da Bahia.Dissertação me Mestrado UFS: Aracaju, 2006.

SANTOS, Vitória Carme Correia. Estado da Bahia: Novas e velhas regionalizações(identificação, listagem e ilustração). Vitória da Conquista: texto digitado, 2008.

PROJETO RADAMBRASIL. Folha SD.24. Salvador: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, 1981. 624p. (Levantamento dos Recursos Naturais, 24)